Denominação: Pecuária é a arte ou o conjunto de processos técnicos usados na domesticação e criação de animais com objetivos econômicos, feita no campo. Assim, a pecuária é uma parte específica da agropecuária. Pecus quer dizer "cabeça de gado". A palavra tem a mesma raiz latina de "pecúnia" (moeda, dinheiro). Na antiga Roma, os animais criados para abate também eram usados como reserva de valor.
A criação de gado é uma das mais velhas profissões conhecidas. A pecuária é mencionada na Bíblia como a primeira tarefa dada por Deus a Adão: nomear e cuidar do Jardim do Éden e dos animais (Gênesis). Muito anterior à agricultura, deriva de aperfeiçoamentos da atividade dos caçadores-coletores, que já existiam há cerca de 100.000 anos e que primeiro aprenderam a aprisionar os animais vivos para posterior abate; depois perceberam a possibilidade de administrar a sua reprodução. Nos primeiros estágios da pecuária, o homem continuava nômade, e na maioria das vezes conduzia seus rebanhos domesticados em suas perambulações, já não procurando a caça, mas sim novas pastagens para alimentar o rebanho. Há evidência da prática da agricultura somente a partir de 8000 a.C., mas seus efeitos foram drásticos sobre a pecuária, já que a agricultura fixou o homem no lugar do plantio, e portanto novas soluções para a pecuária tiveram de ser implementadas.
A ciência da criação de animais chama-se Zootecnia e é ensinada em muitas universidades e faculdades, principalmente em áreas rurais.
Historicamente, certas sub-profissões dentro do campo da Zootecnia são especificamente nomeadas de acordo com o animal de que tratam. Um suinocultor é uma pessoa que cria porcos, um ovinocultor cria ovelhas, um bovinocultor cria bois, um caprinocultor cria cabras. Em muitas partes do mundo é comum ter-se rebanhos constituídos de ovinos e caprinos. Neste caso a pessoa é chamada de pastor.
Pecuária no Brasil
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exemplo de Peduaria |
No Brasil, os pioneiros da pecuária foram os senhores da Casa da Torre de Garcia d’Ávila, utilizando como vaqueiros, muitas vezes, mão-de-obra indígena. Entretanto, com uma grande seca no Nordeste e a descoberta de minerais preciosos em Minas Gerais no final do século XVIII, o pólo pecuarista no Brasil transferiu-se para as regiões Sudeste e Sul, mais especificamente São Paulo e Rio Grande do Sul.
Atualmente a produção pecuária de bovinos é partilhada principalmente pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul, cabendo ao Nordeste o predomínio sobre as criações de caprinos e muares. Os ovinos se concentram no Sul, assim como os suínos e aves, no Sudeste e no Sul. Desde o início do século XX, no entanto, o principal centro pecuarista do Brasil é o estado de Mato Grosso do Sul, o maior exportador de carne bovina do planeta. Quanto à distribuição da produção agropastoril pelo território nacional, as regiões Sul e Sudeste concentram a maior parte dela, embora o Centro-Oeste esteja experimentando uma participação mais expressiva, no decorrer dos últimos anos. Também o Nordeste necessita ser lembrado, pois a região conta com aquilo que se convencionou chamar de 'ilhas de modernidade".
A presença do mercado consumidor do Centro-Sul é o mais importante fator que justifica a maior concentração da atividade criatória na região, onde um número significativo de laticínios e frigoríficos absorve o principal da produção.
A produção agrícola de caráter capitalista, com emprego da mão-de-obra assalariada, expansão de pessoal na área administrativa e incorporação do progresso tecnológico, tais como os da biotecnologia, distribui-se e expande-se pelo território segundo diversos estímulos. De um lado, existe a influência do Estado, mediante a criação de políticas voltadas para a implantação de pólos de desenvolvimento agrícola em áreas específicas do território brasileiro. Para estas áreas, são criadas linhas de crédito especiais e oferecidas assistência técnica, infra-estrutura de transporte, energia, comunicação, entre outras. São produzidas, com isso, verdadeiras ilhas de modernidade em meio a regiões de relativo atraso econômico e de precariedade social.
Com a Lei nº 11.716, de 20 de junho de 2008 foi instituído o Dia Nacional do Pecuarista, a ser comemorado anualmente no dia 15 de julho.
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